domingo, 28 de junho de 2009

O Verde, o Azul e o Amarelo

Cobrindo a terra tão marrom de fertilidade,
O Verde vem trazendo à vida, sua docilidade.
Clorofila eficaz em sua missão sem par...
trabalhando firmemente com a energia solar

Abraçando toda a terra, o firmamento...
O Azul de tranquilidade e fundamento
As ondas curtas e azuis se espalhando...
Luzes solares na atmosfera refratando

Energizando o subsolo da terra e dos rios
O Amarelo do ouro, razão de desvarios
Tem o respeito dos habitantes da Natureza

Tem sua função confundida pela sua beleza
Cobiçado Amarelo, minério fundamental
Faz sua parte nesta terra fenomenal

Anorkinda

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sexta-feira, 19 de junho de 2009


AMAZÔNIA






Floresta virgem, ainda, em 2007. Alta Floresta (PA). Foto Daniel Beltra
Greenpeace


A vigília pela Amazônia promovida no Senado entregou aos presidentes da Câmara e do Senado o abaixo-assinado com mais de um milhão de assinaturas. O movimento Amazônia para Sempre denuncia queno Congresso há uma ofensiva contra a floresta, com propostas que prejudicam o meio ambiente. Ontem (13 DE MAIO DE 2009), a Câmara aprovou uma medida provisória que legaliza a situação de posseiros.

São nove os projetos legislativos prioritários para conservação da Amazônia. A lista foi entregue a Temer e Sarney.

Tramitando no Senado

  • PLS 33/2008: de autoria da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, que funcionou antes da criação da comissão permanente (a CMMC), o projeto trata da Redução Certificada de Emissão (RCE), uma unidade padrão de redução de emissão de gases de efeito estufa correspondente a uma tonelada métrica de dióxido de carbono. Já incluído na ordem do dia, o projeto será tema de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) antes de ser votado em Plenário.

  • PLS 34/08: também de autoria da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, o projeto concede incentivos aos proprietários rurais que mantiverem voluntariamente reservas florestais maiores do que os limites legais. O projeto, que já está na ordem do dia do Plenário, também deverá ser tema de audiência pública na CMA.

  • PLS 142/07: de autoria do senador Renato Casagrande (PSB-ES), o projeto autoriza a concessão de benefícios às unidades rurais que adotam sistemas e técnicas produtivas que contribuem para a preservação das bacias hidrográficas. A matéria está pronta para ser votada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde tem parecer favorável da senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

Tramitando na Câmara

  • PEC 115/1995: de autoria do deputado Gervasio Oliveira (PSB-AP), inclui o cerrado na relação dos biomas considerados patrimônio nacional. A matéria aguarda votação do Plenário da Câmara.

  • PL 1991/2007: de autoria do Poder Executivo, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Tramita apensado ao PL 203/1991.

  • PL 3535/2008: de autoria do poder Executivo, institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima, com o intuito de definir e implementar medidas para promover a adaptação de municípios, estados e regiões, além de setores econômicos e sociais, às mudanças climáticas. Tramita em conjunto com o PL 18/2007.

  • PLP 351/2002: de autoria da senadora Marina Silva e conhecido como projeto “FPE Verde”, compensa os estados que tiverem em seus territórios unidades de conservação ambiental e terras indígenas demarcadas, com um repasse maior dos recursos do Fundo de Participação dos estados e do distrito federal (FPE). Aguarda inclusão na ordem do dia do Plenário da Câmara.

  • PL 5974/2005: de autoria do ex-senador Waldeck Ornelas (o número original no Senado é PLS-251/2002), o projeto conhecido como “IR Ecológico” dispõe sobre incentivos fiscais para projetos ambientais, permitindo a dedução, no valor devido do Imposto de Renda, de parte dos recursos doados a entidades sem fins lucrativos para aplicação em projetos destinados a promover a preservação do meio ambioente. Aguarda inclusão na ordem do dia do Plenário da Câmara.

  • PL 4842/1998: de autoria da senadora Marina Silva (o número original no Senado é PLS 306/1995), regulamenta o acesso aos recursos da biodiversidade do país, incluindo sanções penais para crimes contra o patrimônio genético com o intuito de combater a biopirataria. (Fonte: Ag. Senado)


FONTE: http://www.blogdomarlon.com.br/category/meio-ambiente/



quarta-feira, 17 de junho de 2009

Curumim mostra pra nós a pureza da Terra, da Mãe-Terra.
Mostra a pureza da água, da carne onde estamos.
Curumim mostra tua inocência pra mim!




Os indígenas nada tem de 'coitadinhos'!

sábado, 13 de junho de 2009

A “Ópera Beijing” Tikuna







Foi realizado, na Terra Indígena Belém do Solimões, Amazonas, entre os dia 1º e 4 de maio, o II Festival de Música Indígena Tikuna, que teve, nessa edição, a participação de índios das etnias Kokama e Kanamari. Ao ar livre, quarenta e cinco grupos indígenas apresentaram suas músicas e danças, realçando a beleza e a riqueza da sua cultura. Os cenários móveis, os figurinos e adereços eram confeccionados com produtos exclusivos da floresta, como a palmeira Manicária, existente nas várzeas da Amazônia, e o Tururi, material extraído da árvore Ubuçu, que é transformado em tecido semelhante ao algodão cru.

As músicas são marcadas pelo ritmo de tambores e diversas flautas, ora como se fossem libretos - textos teatrais, ora recitadas - parte em que o intérprete faz um meio termo, entre o cantar e o recitar. Os cantores, com suas caras pintadas, lembravam, nos primeiros momentos, os “jing” e os “chou”, personagens cômicos da Ópera de Beijing. A contribuir para a verossimilhança, o canto das mulheres, que variavam do “suave baixo” ao “grave alto”, com notas agudas, como na Ópera Chinesa.

Mas o Festival não foi apenas música. Foi, também, a oportunidade para que os Tikuna voltassem celebrar o “Ritual da Moça Nova”, esquecido por longos anos, em decorrência da repressão promovida, especialmente pela igrejas evangélicas, que atuavam naquela comunidade. Achavam aqueles missionários, que a fantasia do “Oma”, macaco de pênis alongado que, para aquela comunidade, representa a força dos ventos, era uma expressão imoral. Para Pedro Inácio, membro permanente do Conselho-Geral de Caciques Tikuna, os tempos mudaram: “Hoje estamos aqui, expressando a nossa cultura, em uma festa promovida pela Igreja Católica, sem nenhuma repressão”.

Há três anos trabalhando na Comunidade Belém de Solimões, o Frei Paolo, incentivador das tradições daqueles povos indígenas, criou, naquela comunidade, uma escola de música, como forma de prevenir o uso do álcool, largamente disseminados pelos “patrões”, entre os indígenas que trabalhavam nas usinas alcooleiras ali instaladas, como forma de manter o controle sobre os mesmos.
Tal procedimento foi relatado, na década de 50, pelo etnólogo alemão, Kurt Nimuendaju, que morou com aqueles índios, durante alguns anos.

O sucesso do Festival, de acordo com Pedro Inácio é fruto do trabalho do Frei Paolo junto à comunidade Tikuna. Prova foi o comparecimento de comunidades distantes, que enfrentaram distâncias de até 12 horas de viagem, via fluvial, para participar do evento. Para ele, o intercâmbio durante o Festival, mais que tudo, representa o fortalecimento da cultura. “Esse festival é muito importante para os jovens, que já não são criados dentro da nossa cultura, e também para aqueles que já esqueceram dela”, afirmou o cacique.

Ao final de quatro dias de Festival, foram anunciados os vencedores. Em primeiro lugar, o grupo da Comunidade São Francisco de Assis, seguidos pela Comunidade de Ourique e Comunidade Ene'pu, campeã do festival do ano anterior. Foram premiados também, o melhor arranjo musical, o melhor intérprete e o melhor figurino, que ficaram, respectivamente, para a Comunidade Umariaçu II, Comunidade Emaú e Comunidade Cajari. O Festival teve o apoio da Fundação Nacional do Índio e do Governo do Amazonas.



fonte: http://www.funai.gov.br/ultimas/noticias/1_semestre_2009/maio/un2009_003.html

  • "Nós índios,
  • olhamos para esse mundo
  • do homem branco
  • e verificamos que essa civilização
  • não deu certo."

  • (
    Marcos Terena ; do povo Terena, do Mato Grosso do Sul)
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domingo, 7 de junho de 2009


ÍNDIOS E ARTE








Geralmente a arte indígena manifesta-se através de cânticos, vestuários utensílios, pela pintura corporal, escarificação e perfuração da pele, através de danças entre outros, sendo estes raramente produzidos com o intuito de serem arte propriamente dito. Podemos dizer que na sociedade indígena não existe uma delimitação entre arte e atividade puramente técnica. De mesma forma encontram-se aspectos rituais na produção dos artefatos que são antes de tudo artística.

Cada povo indígena tem uma maneira própria de expressar suas obras, por isto dizemos que não existe arte indígena e sim artes indígenas. As artes indígenas diferem-se muito das demais produzidas em diferentes localidades do globo, uma vez que manuseiam pigmentos, madeiras, fibras, plumas, vegetais e outros materiais de maneira muito singular. Nos relacionamentos entre diferentes povos, inclusive com o branco os artefatos produzidos são objetos de troca, sendo até utilizados como uma alternativa de renda. Muitas tribos enfatizam a produção de cerâmica, outras esculturas em madeira, o que vale resaltar é que estes aspectos variam de uma tribo para outra.

Fabricado exclusivamente pelas mulheres da nação Karajá

A boneca Karajá é ícone da cultura do Cerrado e uma das mais singulares e conhecidas figuras da arte indígena brasileira o objeto é moldado de formas diversas: com o indivíduo sozinho, em grupo, sentado, em pé, na canoa etc... Década atrás, a boneca tinha mais valor cosmológico, o que continua, mas, com a chegada da sociedade nacional, hoje a fabricação obedece mais à demanda turística e comercial. A foto acima mostra essa passagem. A peça mais clara é mais antiga, feita de argila e bem acabada; a outra é recente, feita de barro e rústica. A exclusividade e a expressão, contudo, continuam fortes.



Arte Plumária

As vestimentas adornadas de plumas são geralmente utilizadas em ocasiões especiais como os ritos.

O uso de plumas na arte indígena se dá de dois modos, para colagem de penas no corpo e para confecção e decoração de artefatos como por exemplo as mácaras colares etc.


O towa, instrumento de percussão dos Wari´ (RO), é feito de argila revestida de caucho de seringueira.
Foto: Aparecida Vilaça, 1995.

Musica e dança

A musica e a dança estão freqüentemente associadas aos índios e a sua cultura, variando de tribo para tribo. Em muitas sociedades indígenas a importância que a musica tem na representação de ritos e mitos é muito grande. Cada tribo tem seus próprio instrumentos, havendo também os instrumentos que são utilizados em diferentes tribos no entanto de diferentes formas como é o caso do maracá ou chocalho, onde em determinadas sociedades indígenas como a dos Uaupés o uso do mesmo acontece em cerimonias religiosas, já outras tribos como a dos Timbiras é utilizado para marcar ritmo junto a um cântico por exemplo. A dança junto aos indígenas se difere da nossa por não dançarem em pares, a não ser por poucas exceções como acontece no alto Xingú. A dança pode ser realizada por um único indivíduo ou por grupos.




Adornos indígenas


Para os grupos indígenas, os adornos corporais, segundo Delvair Melatti , contribuem para a formação, proteção e embelezamento do corpo do indivíduo e como identificação étnica.






Pintura Corporal

A pintura corporal para os indios tem sentidos diversos, não somente na vaidade, ou na busca pela estética perfeita, mas pelos valores que são considerados e transmitidos através desta arte.
Entre muitas tribos a pintura corporal é utilizada como uma forma de distinguir a divisão interna dentro de uma determinada sociedade indígena, como uma forma de indicar os grupos sociais nela existentes, embora exista tribos que utilizam a pintura corporal segundo suas preferencias.
Os materiais utilizados normalmente são tintas como o urucu que produz o vermelho, o genipapo da qual se adquire uma coloração azul marinho quase preto, o pó de carvão que é utilizado no corpo sobre uma camada de suco de pau-de-leite, e o calcáreo da qual se extrai a cor branca.




Arte em madeira


A madeira é utilizada para a fabricação de diversos trabalhos nas sociedades indígenas. Vários artefatos são produzidos como ornamentos, máscaras, banquinhos, bonecas, reprodução de animais e homens, pequenas estatuetas, canoas entre vários outros. Os karajá, por exemplo, produzem estatuetas na forma humana que nos faz lembrar de uma boneca. No alto Xingu os trabalhos em madeira são bastantes desenvolvidos. São produzidos máscaras, bancos esculpidos na forma animal, notando-se grande habilidade no trabalho, sendo sua demanda comercial muito grande advinda principalmente de turistas
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Trançado

Nos trabalhos de cestaria dos índios há uma definição bastante clara no estilo do trabalho, de forma que um estudioso da área pode através de um trabalho em trançado facilmente identificar a região ou até mesmo que tribo o produziu. As cestarias são utilizada para o transporte de víveres, armazenamento, como recipientes, utensílios, cestas, assim como objetos como esteiras.


fontes:
http://www.desvendar.com/especiais/indio/arte.asp
http://www.altiplano.com.br/071116Assunta17.html
http://www.saomiguel.pr.gov.br/noticias/imprimenews.php?id=217

segunda-feira, 1 de junho de 2009

LENDAS AMAZÔNICAS

Essa é a lenda contada
de um amuleto da sorte,
lenda de mata fechada
da Amazônia, bem ao norte.

Dizem que há muitos anos
os deuses urdiam planos
nas fontes do Nhamundá,
lago Yaci - Oaruá
lago que espelha a lua
onde ela nada e flutua
sua face prateada
naquela água encantada.

Lá se banhavam, faceiras,
Amazonas, índias belas,
jovens valentes, guerreiras,
plumas azuis e amarelas.

Mergulhavam pra buscar
das profundezas do rio
um antigo talismã,
amuleto arredondado
bem pequeno, esverdeado,
chamado muyraquitã
que doavam aos guerreiros
Guaçarís, belos e fortes,
seus vigorosos parceiros,
para aumentar suas sortes,
ajudá-los na floresta
mãe do verde e encantarias,
onde Uyara dorme a sesta
e o Curupira vigia.

Seu Menino, a Cobra-D´Água
naquele lugar nascera,
Uirapurú canta a mágoa
no (en) canto que acontecera.

Dizem, sem tirar - nem por,
que boto conquistador
em noite de lua cheia
com as virgens, faz amor,

deixando na gravidez
dessas meninas - donzelas
uma saudade sem vez
pra sempre a morar com elas.

Aline de Mello Brandão
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Shapiri: o
espírito

xamânico
yanomami






Davi Yanomami - 24/08/2005








Davi Kopenawa Yanomami, da comunidade de Watoriki (AM), é hoje um dos líderes indígenas mais reconhecidos internacionalmente. Desde os anos 1980 Davi se engajou em constantes e sucessivas lutas pela defesa do seu povo. Viajando o mundo para divulgar suas palavras, Davi Kopenawa tornou-se muitos: xamã, líder indígena, chefe de posto da Funai, articulador político com os napë pë (não-Yanomami), e, por fim, presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY).

"Eu sou shapiri (xamã ou espírito xamânico). Omame (o criador) deu os shapiri para nós. Nós aprendemos com os grandes shapiri.
A gente aprende a conhecer os shapiri, como ver eles e escutar eles. Só quem que conhecesse o shapiri fica olhando eles porque o shapiri é muito pequeno, é muito brilhoso como luz.
Tem muitos, muitos shapiri. Não é só um pequeno não, são muitos e muitos, milhares de shapiri que são como estrelas.
Eles são bonitos e enfeitados de penas de papagaio, pintados de urucum e outros de tinta preta. Outros tem brincos e dançam muito bonito, cantando diferente.
O branco pensa que quando nós índios fazemos xamanismo estamos cantando, mas não estamos cantando, nós estamos acompanhando a canção.
Eles cantam diferente - o canto de arara, de papagaio, de anta, de jabuti, de gavião, de todo pássaro que canta diferente.
Então os shapiri são assim. É difícil ver eles".


"Mas quem quer ser shapiri, tem que aceitar os shapiri e conhecer eles.
Tem que deixar tudo. Tem que deixar a comida. Não bebe água. Também não pode ficar perto de mulheres, nem perto de cheiro de queimado, nem barulho de crianças gritando ou jogando pau porque os shapiri só quer viver no silêncio.
Eles são outras pessoas e eles vivem de maneira diferente. Eles não são como nós. Alguns moram no céu, outros moram debaixo da terra e outros moram nas montanhas altas cheias de floresta e flores.
Outros moram dentro do rio e no mar. Outros shapiri moram nas estrelas e outros também moram na lua e outros moram no sol.
Omame escolheu eles porque são bons para trabalhar, não no trabalho de roça mas para trabalhar no xamanismo, para curar uma pessoa.
São bonitos mais difíceis de ver. Os shapiri cuidam de tudo, cuidam do mundo".


fonte:
http://www.terramistica.com.br/index.php?add=Artigos&file=article&sid=36&ch=1
entrevista com Davi Kopenawa: http://www.proyanomami.org.br/v0904/index.asp?pag=noticia&id=4418